Com a implantação das escolas bilíngües os surdos passaram a ser ouvidos, a sua língua e sua cultura reconhecidas, possibilitando-lhes ter acesso aos conteúdos em sua língua. Como conseqüência, passa a dominar os fundamentos do conhecimento científico, entender como funciona a sociedade, a ter recursos para contar a sua história e serem sujeitos da história. Passam da condição de ser falados e contados para falar e contar de si e de sua cultura. Passam a ser cidadãos capazes de criar novas perspectivas, formas alternativas igualmente eficazes da realização da condição humana, possibilitando a apropriação de todos os aspectos humanos, tanto na dimensão biológica quanto na dimensão psicológica. Ao ter contato com a educação bilíngüe os surdos mudam completamente a sua opinião sobre a escola. Se, no oralismo eles a abandonavam, no bilingüismo eles possuem uma freqüência assídua, demonstram interesse pelo conhecimento desenvolvido em sala, perguntam sobre o conteúdo, demonstram curiosidade pelos temas, procuram aprofundar o que lhes interessa, vislumbram a terminalidade como algo concreto, real, possível de acontecer. Atualmente temos muitos surdos que conseguiram terminalidade no ensino fundamental, médio e superior. Conseqüentemente, os surdos estão se profissionalizando na área que tem interesse, saindo da marginalidade a qual estavam submetidos durante tantas décadas.