Realizando um percurso histórico encontramos o pensamento da Antigüidade e de quase toda a Idade Média acerca da concepção dos surdos como imbecis, sem razão, desprovidos de pensamento lógico e, por isso, sem condições de educação. Ao longo da Idade Média são poucas as menções a respeito da educação de surdos e algumas referências feitas nesse período são de cunho milagroso. Mantinha-se a idéia de que os surdos de nascimento estavam impossibilitados de aprender a falar e a receber educação. A partir do século XVI, ocorre lentamente uma mudança de visão e, pela primeira vez, admite-se os primeiros programas sistemáticos de educação. Acreditava-se que os surdos podiam ser educados se houvesse procedimentos pedagógicos adequados, ou seja, através da escrita. O propósito da educação era que os surdos pudessem desenvolver o pensamento, adquirir conhecimentos e comunicar-se com o mundo ouvinte. Para isso, procurava-se ensinar os surdos a falar e a compreender o que era falado através da leitura labial, a ler e escrever e a comunicar-se mediante o uso do alfabeto digital. Este vinha como um apoio ao ensino da língua oral e não como um fim em si mesmo, as pessoas envolvidas com uma criança surda deveriam ser capazes de utilizar o alfabeto manual. Com a entrada do século XVIII, surge o movimento iluminista onde nasceu a construção científica da surdez. Esta, segundo Sanches (1990, p.49), reforçou a meta da educação na direção do ensino da fala. A educação se converteu no meio e no fim da reabilitação do surdo, iniciando-se uma pedagogia corretiva, nascendo o movimento oralista. Paralelamente, havia os defensores de uma pedagogia que levasse em consideração a comunidade surda em seus aspectos culturais, lingüísticos e sociais.