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psicologia da educação de surdos
Martins (2003) também coloca que, no caso de filhos surdos de pais ouvintes há uma peculiaridade em relação à língua materna. Esta não se dá de forma espontânea e natural na relação mãe e filho, pois ambos estão impossibilitados de compartilhar o mesmo código, no caso a língua oral. Em conseqüência dessa realidade cria-se um código caseiro parecido com à mímica para estabelecer uma comunicação.
Esse código, por ser particular e restrito a cada família, mostra-se precário em relação às interações sociais que vão além da família (escola, amigos, trabalho...) ou para estabelecer relacionamentos com maior profundidade com os familiares e/ou outras pessoas. Porém, apesar de ser restrito à família possibilita ao surdo se sustentar enquanto sujeito psíquico e estabelecer relações, mesmo que essas relações sejam precárias.
Vorcaro (1999) concorda com a afirmativa de que estes sinais caseiros são reconhecíveis apenas em cada família e, aponta que em geral, apresentam um número reduzido de sinais. Estes são gestos criados para representar uma pessoa, um objeto ou uma situação dentro da família. Por exemplo: é criado um sinal para banheiro, outro para fome, outro para o pai, para a mãe, para cada irmão... Com esses sinais estabelecesse uma comunicação que só é compreendida em uma determinada família. São sinais próprios criados por cada surdo em suas famílias.