Esse olhar que a mãe dá ao bebê não deve ser confundido com o sentido da visão. Trata-se de uma forma de olhar que vai além daquilo que nossos olhos podem ver, é um olhar mais profundo, um olhar que vê aquilo que não está visível. É um olhar muito particular, um olhar de amor. Esse olhar é o que funda a possibilidade do bebê constituir uma imagem de si mesmo e de sua relação com o semelhante. Assim, as manifestações do bebê expressadas no choro, no grito, no sorriso, no olhar, na vocalização compreendem os sinais comunicativos que ele estabelece com sua mãe. Essas expressões por parte do bebê vão além de simples ações ou reações de seu corpo. Elas representam a relação interativa entre ele e sua mãe e são transformadas pela mãe através da interpretação, do sentido que ela atribui às manifestações do bebê. Por exemplo: se o bebê começa a chorar a mãe pode interpretar da seguinte maneira: “Ah filho, você está chorando por que está com fome! A mamãe já vai lhe dar de mamar”. Por outro lado, a mãe também conversa com o bebê explicando a ele o que está fazendo ou o que está acontecendo. Por exemplo: “Filho, a mamãe vai tomar banho, mas volta logo. Não chore!”