top
psicologia da educação de surdos






A segunda situação: O surdo filho de pais ouvintes que tem contato com a língua de sinais e com a comunidade surda. A segunda situação é quando o surdo passa a ter contato com a língua de sinais e com a comunidade surda. Nesse momento opera-se um processo que possibilita ao surdo interpretar o contexto a qual está inserido e a possibilidade de (se) contar. Ao adquirir a língua de sinais o surdo passa a apropriar de uma língua que o possibilita expressar suas idéias, seus pensamentos, suas alegrias, suas tristezas, sofrimentos...
Enfim, passa a ter recursos lingüísticos e psíquicos para se expressar, para contar sobre sua vida e para perguntar a sua família sobre sua história. Conseqüentemente, se apropria de sua história, de seu nome próprio, de sua vida, do modo de ser e de viver da comunidade surda e da língua de sinais.
Vorcaro (1999) considera que o encontro com a comunidade surda possibilita ao surdo a passagem para o acesso de uma língua propriamente dita – no caso a língua de sinais. O acesso à língua de sinais possibilita ao surdo sair da linguagem dos sinais caseiros que são restritos a uma linguagem privada e reduzida que não lhe permitia tornar-se falante de uma língua e que os submetiam as leis familiares para ingressar num universo da lei da língua e da cultura surda. Passa a ser falante, a ter recursos internos para falar sobre si e sobre os outros, saber o que fala e não apenas reproduzir palavras soltas, sem sentido, como a fala de um papagaio que apenas repete o que lhe dizem, mas que não sabe nada sobre aquilo que esta dizendo ou fazendo.