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psicologia da educação de surdos






2.2 O processo de identificação

A identificação é definida por Freud, em “Psicologia de grupo e análise do ego” (1921, p.133) como “(...) a mais remota expressão de um laço emocional com outra pessoa”. A identificação inaugura as relações libidinais, ou seja, as relações que podemos entender sob o nome de amor.
Segundo Freud há três fontes de identificação:
1) A primeira e mais original forma de ligação afetiva com alguém ocorre quando o sujeito toma para si uma parte que é do outro, incorporando o simbólico a qual está envolvido, iniciando a constituição do sujeito psíquico. Essa primeira identificação forma uma matriz inconsciente que depois vai se repetindo em série possibilitando que outras identificações aconteçam. Para Freud, essa primeira identificação é a que tem mais valor para o indivíduo.
2) Na segunda o sujeito toma emprestado um traço, um aspecto da pessoa que ele se identifica. Esse traço é incorporado e torna-se próprio, não tem outro igual. Por ser próprio, é único, marcando a diferença. Uma forma de exemplificar esse traço único é o nome próprio. Este é único, próprio daquele que o recebe. O nome próprio é único porque designa o nome da família a que o indivíduo pertence. Por exemplo: o nome João da Silva. Várias pessoas podem ter esse nome, mas nenhuma delas é igual por que cada João da Silva tem uma família própria onde os pais têm nomes diferentes, histórias de vida diferentes, que vão marcando uma história familiar única. Portanto, só haverá um João da Silva, embora, conforme citei, existam várias pessoas com esse nome próprio.