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psicologia da educação de surdos
Lane (1992) relata que os estudos psicológicos envolveram rigorosa avaliação com o propósito de comprovar a anormalidade das funções psicológicas – pensamento, linguagem, memória, inteligência e psicomotricidade. Para o desenvolvimento das avaliações os surdos foram submetidos a exames neurológicos completos, testes psicométricos, de atenção, de memória, de motricidade fina e grossa, coordenação viso-motora, lateralidade, testes de personalidade... Estes estudos concluíram que a perda auditiva era a causa de numerosas condutas anormais no âmbito social, cognitivo, comportamental e emocional.
No âmbito cognitivo os estudos concluíram por um prejuízo no desenvolvimento da capacidade mental dos surdos. Foram apontados déficits nos níveis intelectuais, classificando os surdos como inferiores aos ouvintes no QI – coeficiente intelectual. Atribuíram falha nos processos perceptivos, uma inteligência diferenciada para os surdos, classificando-a como concreta, afetando as funções de caráter simbólico-verbal e de memória. Ainda, concluíram por um baixo rendimento escolar, apresentando defasagem em cálculos aritméticos e ortográficos.
No âmbito social os surdos foram compreendidos posição de inferioridade já que a surdez afetava severamente a área da comunicação e, conseqüentemente, do desempenho em relação à convivência social esperada pela sociedade, caracterizando um déficit social. Como os surdos interagiam com a comunicação oral de modo precário concluiu-se que os mesmos apresentavam dificuldades de sociabilização, estabelecendo relações sociais menos adequadas que os ouvintes normais. Alguns estudos se referiam à preferência dos surdos se agruparem com seus pares como algo negativo, reforçando a idéia de dificuldade de relacionamento social com a sociedade.
Também foram estudados os déficits motores a qual foram imputados aos surdos um desenvolvimento físico desarmônico, com dificuldades no equilíbrio - “defeitos de equilíbrio”, e na orientação espacial. Além disso, apontaram para as alterações no ritmo da fala (modulação tônica), dificuldades respiratórias, hiperatividade, entre outros. Os estudos desses aspectos resultaram na afirmativa de que os surdos possuem limitações no corpo que levam a um controle motor precário, tendo como conseqüência um prejuízo no desenvolvimento global harmônico.