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psicologia da educação de surdos
Na primeira designação ‘o homem que não escuta e o homem que não é entendido’ há uma referência à qualidade daquela pessoa que, por sua singularidade, a diferencia das demais. Já após Homero, com a significação de ‘mudo’ introduz-se um equívoco, ou seja, de que o surdo não fala e, aprofundando mais, que a fala é entendido no âmbito único da oralidade. Também, introduz-se a idéia de dupla falta: incapacidade física (órgão auditivo defeituoso) e incapacidade emocional (‘estúpido e insensível’).
Ao serem catalogados como enfermos e participantes do discurso da medicina [os surdos] passam a compor o modelo da medicalização, uma das principais formas de intervenção da medicina. Skliar (1997) diz que o modelo da medicalização da surdez  , através das terapias reabilitadoras, com enfoque corretivo se ampliou para o pedagógico no início do século XX e permanece até hoje.
Desse modo, percebemos que tanto a medicina quanto a psicologia mostraram-se “surdas” às questões da constituição psíquica do sujeito surdo, ou seja, não levando em consideração a importância de o sujeito ter acesso a uma língua que o permita estabelecer contato com a cultura a qual está inserido e, conseqüentemente, ter recursos para interagir com mundo simbólico pela aprendizagem da linguagem, possibilitando o processo de humanização através do convívio humano.