As identidades são socialmente construídas e vêm sempre mediadas pelo discurso, deslizando pela linguagem. A primeira noção de identidade vem da dualidade igualdade X diferença. O indivíduo constitui-se no processo de igualar-se e de diferenciar-se do outro e dos diversos grupos sociais. O conhecimento de si mesmo vem do reconhecimento recíproco dos indivíduos identificados através de um determinado grupo social, com sua história, suas normas, seus interesses. Enfim, através das relações que estabelecem seus membros entre si e com o meio que vivem: seu agir, trabalhar, fazer, pensar, sentir. O caráter temporal da identidade fica restrito a um momento originário, quando o sujeito se torna algo, por exemplo, “sou surdo”. Desde esta identificação, o sujeito marca uma posição subjetiva, que o determina em sua existência. É do contexto histórico e social em que o homem vive que decorrem suas determinações e, conseqüentemente, emergem as possibilidades ou impossibilidades, os modos e as alternativas de identidades. O movimento surdo tem como conseqüência a construção da identidade que se transforma em ação política, uma vez que, os objetivos são de busca dos direitos enquanto cidadão. A luta empreendida é para assegurar os direitos civis, direitos a uma educação que leve em conta a cultura e a comunidade surda, o direito ao trabalho, reconhecimento social e oficial da língua de sinais como a língua natural dos surdos.