Sacks (2002) diz que os surdos têm um interesse especial, intenso, em sua própria língua. Exalta-na em termos afetuosos e reverentes e a consideram uma parte íntima, indissociável de seu ser, algo de que eles dependem. A língua de sinais é fundamental para a identidade comum dos surdos, é uma criação pessoal dos surdos como grupo e, é o código que pertence totalmente a eles. Portanto, a língua de sinais é fundamental para o surdo tanto a nível individual quanto coletivo. Nesse sentido Ströbel (1995) afirma que enquanto houver um surdo no mundo a língua de sinais e a cultura surda não desaparecerão. Ao usar a língua própria e compartilhar crenças, costumes e valores característicos de sua condição desurdos comunidade surda vai dando corpo a sua cultura e a sua história. A comunidade surda é diferente das outras porque tem uma língua própria – a língua de sinais – e, por esta estar numa modalidade espaço-visual, marca uma visão de mundo diferente da modalidade oral-auditiva. Com isso, tem costumes, história e cultura própria, tendo como finalidade maior a luta pela existência. Essa luta comum remete ao sentimento de “nós” – sentimento de participação coletiva em uma unidade indivisível – muito forte nos grupos. O sentimento de que cada um tem um papel a desempenhar para contribuir na organização social, econômica, política... expressando a condição de membro de uma comunidade no todo. Esses sentimentos se por lado, levam a uma certa dependência à comunidade, por outro, dão origem a usos comuns como prova de união e marcas que distinguem àquela comunidade de outras.