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psicologia da educação de surdos






Lane (1992) e Sanches (1990) denunciam as limitações que envolviam esses procedimentos, já que os pesquisadores, em sua maioria, não utilizavam a língua de sinais no momento da aplicação dos testes. Em relação aos testes psicológicos apontam:
1) Dificuldade do examinador em comunicar as instruções para a realização do teste. Na ânsia de auxiliar, muitas vezes, o examinador fazia uso de pantomimas (gestos) para orientar a criança ou adulto surdo sobre a realização do teste. Em geral, essa forma de comunicação se mostrava confusa e incompleta;
2) Por não ter fluência na língua oral, os surdos não conseguiam perceber claramente as instruções;
3) Os surdos não conseguiam compreender o conteúdo dos testes devido a maioria destes estar na modalidade escrita da língua oficial do país e, em geral, com uma escrita mais elaborada (erudita);
4) Afora os testes psicométricos, onde o método de pontuação é objetivo, os testes de personalidade são testes subjetivos e o método de pontuação é subjetivo, ou seja, podendo o examinador influenciar as pontuações.
Lane (1992) estende as dificuldades apontadas acima também para as entrevistas clínicas, para as anamneses e outros procedimentos de coleta de dados para a formulação do diagnóstico. Ao proceder a uma análise dessa problemática diz que se é fato que a maior parte dos surdos não pode se fazer compreender pela fala e, na contrapartida, não tem fluência na língua oral, conclui que é possível que se realizem diagnósticos equivocados Exemplifica contando um caso real acontecido em 1987.