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Metodologia de Ensino em Literatura Surda






Não há tradução para a Libras, apenas na capa aparece a soletração manual do título da história. O livro faz parte do kit que objetiva tratar da inclusão de crianças deficientes. Nesse kit, os livros infantis têm como personagens crianças surdas (através da história “ O som do silêncio ”) e cegas (através da história “Parque quebrado, olho fechado” – um livro escrito em Braille ). Além desses dois livros, encontramos ainda um CD, com músicas, e um livro de atividades intitulado “A vez da voz”, com o seguinte comentário: “Um livro de atividades promovendo a interação entre crianças ouvintes e não ouvintes. Acompanha um CD com músicas e histórias.”

Outros livros analisados foram “ Cinderela Surda ” (Hessel, Rosa, Karnopp 2003), “ Rapunzel Surda ” (Silveira, Rosa, Karnopp 2003), “ Adão e Eva ” (Rosa, Karnopp 2005) e “ Patinho Surdo ” (Rosa, Karnopp 2005) que registram histórias dos clássicos da literatura, com uma aproximação com as histórias de vida e as identidades surdas. Traduzir as histórias que são contadas em língua de sinais na comunidade de surdos foi o objetivo inicial dos autores desses livros. Para isso, foram filmadas algumas histórias contadas em língua de sinais, que foram posteriormente registradas na escrita da língua de sinais e traduzidas para a língua portuguesa.

No livro “ Adão e Eva ”, os autores contam a origem da língua de sinais e salientam que versões dessa história são recorrentes nas comunidades de surdos. Na história, após comer a maçã, o casal percebe sua nudez e começa a usar a fala, já que as mãos estão ocupadas em esconder os corpos desnudos. Não se sabe se Adão e Eva eram surdos ou ouvintes, pois o livro não pontua isso. O objetivo é refletir sobre a possibilidade de as línguas de sinais serem utilizadas por diferentes comunidades, sejam elas ouvintes ou surdas. As ilustrações são em preto e branco e há um glossário ao final do livro.