A história “ A cigarra surda e as formigas ” – escrita por duas professoras de surdos, Carmem Oliveira e Jaqueline Boldo, uma ouvinte e a outra surda, respectivamente – apresenta como tema a importância da amizade entre surdos e ouvintes e faz um apelo ao final da história “Amiguinhos precisamos respeitar as diferenças.” (Oliveira; Boldo, s.d.)
Na apresentação do livro, uma das autoras enfatiza que essa história foi fruto do trabalho realizado em sala de aula, onde houve uma apresentação teatral por crianças surdas, em Libras, e também a produção do texto em sign writing e na língua portuguesa. O livro foi produzido manualmente e as ilustrações foram realizadas por um aluno. Apresenta três possibilidades de leitura: a) através da língua portuguesa, b) através do desenho do sinal c) através da escrita do sinal (SignWriting). Percebemos que, no livro, não está totalmente legível a escrita dos sinais, provavelmente por ter sido produzido manualmente. Além disso, nas páginas ímpares, há ilustrações que remetem ao desenvolvimento da história.
O livro “ O som do silêncio ” (Cotes, 2004) conta a história de uma menina surda que não tem medo do barulho. O tema explorado no livro é “o som do silêncio”, ou seja, a questão musical, dos sons e dos ritmos, conforme evidencia a imagem da capa que apresenta uma pessoa com instrumento de sopro. O livro é ilustrado e na forma de apresentação do texto, em português, a rima e o ritmo nos versos escritos são explorados, por exemplo: “Na casa do Reinaldo, nasceu a Amanda, que já era amada muito antes de ser gerada” (Cotes, 2004). Traz a idéia de superação no mundo das crianças que não ouvem. Mostra uma visão compensatória da surdez, evidenciando que não há dificuldades que não possam ser superadas. Além disso, o desfecho da história revela o segredo de Amanda: “É que ela era uma sereia, do fundo do mar!!!”
“Inspirada em uma história real, a fonoaudióloga e escritora criou a personagem Amanda, uma menininha surda que ensina aos colegas de escola a importância do som do silêncio. O enredo gira em torno de um passeio ao fundo do mar. Acostumadas com barulhos, as crianças se assustam com o silêncio das águas, menos Amanda, que, maravilhada com cores e peixes, brinca à vontade. "É nesse momento que crianças e adultos percebem o quão maravilhoso pode ser o mundo das Amandas, das crianças que não ouvem e que, nem por isso, deixam de sonhar", conta Cláudia.” (retirado de http://www.vezdavoz.com.br/)