7.2 Notas sobre reformulação e criação de materiais didáticos Agora que já vimos alguns critérios que podem balizar o nosso entendimento de como avaliar e selecionar livros didáticos, passemos a discussão de como podemos adaptar, reformular e criar materiais. Afinal, este procedimento é possível?
Sim. Mas em primeiro lugar, é necessário que você faça experimentos a partir das atividades propostas no material, registrando se funcionam bem em que circunstâncias (entra em cena o professor pesquisador). Só a partir deste levantamento é que será possível reformular atividades e acrescentar e alterar os conteúdos. Além disso, cada contexto e cada aluno (conforme discutido anteriormente) têm suas características e necessidades imediatas, e isto dará o norte para as suas intervenções e criações. Exemplos de material lingüístico para casar com o conteúdo do livro podem ser textos diversos na forma sinalizada e/ou escrita. Há nestas modalidades diversos gêneros e tipos que devem ser utilizados no ensino. Vimos na disciplina de Lingüística Aplicada que os gêneros discursivos (cf. Bakhtin) compreendem diversas formas e lá buscamos refletir como a linguagem se apresentaria em gêneros formais e informais, por exemplo, na LIBRAS. Os alunos ouvintes precisam utilizar a LIBRAS em conformidade com as regras discursivas presentes em cada gênero (palestra, sermão, piada, contos, estórias, etc.). Podemos utilizar calendários, anúncios, propagandas, fotos, mapas, menus de restaurante, livros infantis, tiras cômicas, etc. como fontes de insumo para praticar e desenvolver o conhecimento lingüístico na LIBRAS. Você pode desenvolver um arquivo para armazenar atividades que trabalhem as habilidades da LIBRAS ou conteúdos lingüísticos específicos agregando técnicas distintas para a prática e participação dos alunos. Lembre-se que a sua organização e classificação dos materiais irá facilitar o preparo de suas aulas no decorrer de sua profissão.