Por fim, lembre-se que em todo processo de aprendizagem há fatores de ordem afetiva em jogo como ansiedade, exposição, atitudes em relação à língua- alvo, motivação, dentre outros. Aprender qualquer língua é tarefa árdua, que demanda dos alunos um empenho cognitivo muito grande, e o aprendizado de língua de sinais, para ouvintes iniciantes, é tarefa das mais árduas (Jacob, 1996), pois um movimento tem que ser feito, literalmente da “boca” para as “mãos” (Gesser, 2006: 167). Se os seus alunos se sentirem hostilizados ou mesmo amedrontados, a aprendizagem da língua de sinais pode ficar comprometida. Então, crie um ambiente amigável e cooperativo e procure encontrar formas para ensinar os aspectos desta língua tão rica e bela que é a LIBRAS!
Em resumo, as duas habilidades de compreensão visual e de sinalização estão naturalmente interligadas, e serão desempenhadas dependendo do objetivo do ensino, e das técnicas e atividades que o professor utilizar. Não se esqueça, todavia, que as técnicas ou atividades utilizadas para trabalhar essas habilidades lingüísticas devem ter um teor estimulante, com o intuito de motivar o aprendiz. Faça uso de linguagem autêntica e contextos significativos, sempre contemplando as necessidades dos alunos. Nos momentos que abordar a forma e o uso da língua alvo, destaque o papel da interação, da significação e da fluência, fazendo uma alternância entre técnicas e atividades que foquem a língua “do menor para o maior” (botom-up) e “do maior para o menor” (top-down). A intervenção e a correção devem ser apropriadas, e nisto inclui considerar cuidadosamente a forma das respostas dos aprendizes em conformidade com a idade e o nível de conhecimento da língua. Além disso, encoraje os seus alunos para o uso e desenvolvimento de estratégias e sempre crie situações que dêem aos alunos a oportunidade de iniciar a comunicação em sinais (Brown: 1994: 245-269).