6.2 Produção oral e expressão sinalizada: alguns paralelos A produção oral também tem um tratamento bastante extenso na literatura de ensino de línguas segundas e/ou estrangeiras (Brown, 1994; Celce-Murcia, 1991a). Veja que embora estejamos falando de características de cada uma das habilidades de ensino separadamente, é fato que em termos comunicativos e interacionais a produção oral depende da compreensão do interlocutor e vice-versa: uma é fundação para outra. Uma das preocupações em programas e cursos de L2/LE nos dias atuais é possibilitar aos aprendizes uma comunicação efetiva da língua alvo, referida nos estudos como proficiência, habilidade funcional e habilidade comunicativa. Desta tendência é que surgem os cursos que enfatizam a conversação.
A produção da fala na língua envolve os mesmos tipos de dificuldades da compreensão da língua elucidados na compreensão oral. Ao iniciar suas primeiras falas na língua alvo o aluno tende a fazer um agrupamento de palavras. Sabemos que nenhuma língua é a somatória de vocábulos. Além disso, os aprendizes usam o recurso da redundância para se fazer entender. Este estágio ocorre inicialmente, e é muito facilmente observável ver como o discurso fica como se “dando voltas no mesmo lugar”, ou ainda, falando repetidamente as mesmas coisas. As formas reduzidas e a linguagem coloquial (expressões idiomáticas, gírias, variedades regionais) também são raramente desempenhadas, e o aprendiz iniciante produz uma “fala de livros”, ou seja, um pouco distante das práticas de uso cotidiano da língua. A velocidade da fala é outro fator difícil para os aprendizes.