Os contextos de LIBRAS abarcam, certamente, todas essas variáveis. É possível que você encontre salas de aula umas menos heterogêneas do que outras, mas via regra, os cursos de LIBRAS apresentam uma elevada heterogeneidade, variando a idade, gênero, proficiência e/ou conhecimento na língua, área de formação educacional, nível de escolaridade, necessidades e objetivos individuais dos alunos para a aprendizagem da língua de sinais (Gesser, 1999; 2006). Por exemplo, é muito recorrente encontrar, sob o mesmo teto de sala de aula, alunos fluentes na LIBRAS e outros que nada sabem, da mesma forma que há também alunos com interesses diversos (alguns são intérpretes, outros familiares e amigos, e outros ainda “curiosos”). Ainda que a LIBRAS desempenhe um papel importante na vida de cada um destes, será que ensinar a língua para quem atua como intérprete deve ter a mesma abordagem do que para um familiar de surdo, por exemplo? E, o que dizer sobre àqueles professores ouvintes de crianças surdas, que por sua vez, ministram disciplinas distintas como o português, a matemática e a geografia? Seria viável pensar uma abordagem de ensino de LIBRAS que primasse os conteúdos disciplinares? Claro que as necessidades de cada um são diferentes, e ainda não há tradição no ensino de LIBRAS para ouvintes em se focar em públicos com interesses variados e necessidades específicas para a aprendizagem da língua alvo. Mas fica aqui registrado a importância de você professor construir esses contextos e articular essas questões em seu local de trabalho (seja na escola, na universidade ou em associações privadas e públicas)...