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Didática e Educação de Surdos






4.1. O planejamento do ensino na Didática Surda: uma estratégia de política cultural

Haveria política cultural no momento de utilização da Didática como planejamento de ensino? A resposta é bastante complexa, mas é afirmativa.
Vamos sair das grandes e legitimadas formas de se fazer Didática e vamos entrar na questão da Didática cultural surda.
É sabido que os professores surdos, todos eles não estão trabalhando com conceitos ouvintes. Corazza (1997), como integrante dos pós-modernos palcos da educação refere isto em nota de rodapé “[...] realizava esforços de aprender os temas populares, codificá-los pedagogicamente, pelo trabalho de ensino, auxiliar os sujeitos a deles se conscientizarem criticamente.” Então daí pode-se perceber o que é trabalhar de dentro da cultura surda.
O professor surdo se serve de mecanismos e critérios seletivos onde interage com o sujeito surdo no sentido deste se posicionar criticamente face ao sujeito não surdo, bem como diante de todo o conhecimento legado pela humanidade. O sujeito surdo se posiciona como sujeito surdo e não terá preconceitos em ser o que é se sentirá dono do conhecimento e a partir daí vai interagir criticamente com o mundo. Esta é a estratégia de política cultural. O sujeito surdo aprende a modificar criticamente o mundo. Assim, quero descrever aqui um exemplo: se o mundo dos ouvintes tem a TV que privilegia a comunicação oral, o surdo vai insistir que a comunicação seja visual, vai lutar por insistir na legenda.