6.2 A contribuição da Sociolingüística Interacional
Até aqui vimos que a primeira vertente para entender o fenômeno do bilingüismo era funcionalista e estruturalista, a segunda pensada em termos de conflito, denominada naqueles estudos que se inscrevem na área “Sociolingüística de Periferia”. John Gumperz, pesquisador norte-americano, traz para o debate a contribuição das ciências sociais e da antropologia, nos direcionando para uma terceira vertente de pesquisa sobre o bilingüismo – a Sociolingüística Interacional. Nessa linha, o autor define que
os indivíduos na comunidade bilíngüe estão ativamente contribuindo para a definição e redefinição do valor simbólico das línguas dentro do repertório da comunidade no contexto das conversas interacionais (Gumperz, 1972, 1982 apud Martin-Jones, s.d: 4)
Martin-Jones (s/d) enfatiza que dentro dessa abordagem há uma preocupação em se pensar a dimensão simbólica das relações de poder e as diferentes formas de produção cultural entre grupos minoritários. Então, não se pode conceber, nessa perspectiva, o contato entre línguas descolado das condições sociais e históricas do bilingüismo de minoria, pois padrões variados de uso lingüístico dentro de comunidades minoritárias devem ou podem estar relacionados com modos de responder a relações sociais de desigualdade, dominação e opressão real ou simbólica.