Na unidade 6 faremos um breve histórico sobre as teorizações e tradições em torno do fenômeno do bilingüismo, apontando três grandes vertentes sobre o assunto: (1) o bilingüismo social como interesse de investigação a partir das influências das escolas estruturalistas e funcionalistas, (2) o bilingüismo pensado em uma perspectiva de conflito articulado na tradição denominada “Sociolingüística de Periferia”, e (3) o bilingüismo pensado na abordagem de pesquisas da Sociolingüística Interacional. Na discussão, conceitos como diglossia, variedade alta, variedade baixa serão abordados para contextualizarmos nossa discussão. Até aqui vimos como os mitos do monolingüísmo e da uniformidade do português são falácias Será que é certo afirmar que o mesmo se aplica para a Língua de Sinais? Veremos essa discussão mais adiante... Por ora é momento de discutirmos um pouco em torno do bilingüismo. Afinal, o que dizer sobre este fenômeno? É facilmente demonstrável, por exemplo, afirmar que ele está longe de ser um fenômeno raro, ao contrário, o bilingüismo é mais comum do que se pensa, pois
está presente em praticamente cada país do mundo, em todas as classes da sociedade e em todas as faixas etárias; na verdade, tem-se estimado que a metade da população do mundo é bilíngüe (Grosjean, 1996: 20)
Grosjean, F. (1996). Living with two languages and two cultures. In I. Parasnis (Ed.), Cultural diversity and language diversity and the deaf experience (pp. 20-37). Cambridge: Cambridge University Press.