As pesquisas qualitativas, de base antropológica, especialmente do tipo interpretativista e de cunho etnográfico, por outro lado, preocupam-se primeiramente em ver a sala de aula de língua como um espaço social, em que sujeitos participantes – alunos e professores – constroem a realidade naquele espaço, isto é, na sua aula. A relação entre teoria e prática, segundo esse modelo, estaria menos comprometida com a busca de um “ideal”, e mais preocupada em analisar cada caso situadamente, contemplando suas características singulares e específicas num determinado momento e contexto. No entanto, se considerarmos que este tipo de análise também se depara com a diversidade dos sujeitos participantes, seria igualmente ilusório acreditar que simplesmente o conhecimento da teoria construída no viés da interpretação pudesse “resolver” todos e quaisquer problemas da sala de aula. Por isso que se fala, em pesquisas que se utilizam de métodos etnográficos, que não temos hipóteses antes de adentrar no contexto a ser investigado. As hipóteses são levantadas posteriormente à análise e estudo, e se referem ao contexto abordado/investigado, minimizando possíveis generalizações e/ou relações com a perspectiva de pesquisa positivista.