top
Linguistica Aplicada L8






Ao utilizar a língua, em situação real, concreta, depara-se com respostas inesperadas do seu interlocutor – devido à alternância – e não sabe mais como continuar a conversação. Isto talvez exemplifique mais claramente a diferença entre oração e enunciado: a primeira teria um final demarcado pela gramática, da ordem da língua, e o segundo (o enunciado), tendo um interlocutor e um locutor, se constitui na e pela relação com o outro. Sendo assim, o enunciado se constitui em elos com outros enunciados. Todo enunciado é uma resposta a enunciados anteriores, numa dada esfera da comunicação verbal. Quando falamos (ou escrevemos) sempre constituímos um interlocutor do qual esperamos uma reação, que pode ser de concordância, de recusa ou de reconhecimento. Neste sentido, nosso enunciado já contém o enunciado do outro com quem nos comunicamos. Assim, os elos se formam entre enunciados já ditos anteriormente e os enunciados que virão como resposta.
A crítica feita por Bakhtin à Lingüística Tradicional refere-se justamente a essas questões apontadas resumidamente acima. Se considerarmos a língua como um conjunto de frases ou de orações, deixaremos de compreender uma de suas finalidades essenciais que é a interação social. Este ponto é importante, uma vez que em aulas de língua é fundamental uma abordagem que leve em consideração o fato de que nos comunicamos socialmente, inseridos numa determinada esfera da atividade humana, através de enunciados, inseridos em um dos determinados gêneros do discurso Veja os diferentes gêneros clicando aqui