Os educadores surdos pontuam que usar as duas línguas simultaneamente é um procedimento desvantajoso para o surdo porque essa prática supõe professores ouvintes. O que acontece quando o professor é ouvinte é que muitas vezes, até sem perceber, ele usa sua língua e faz junto alguns sinais, o que não se constitui em uso da Libras. O aluno surdo não vai compreender, ou vai compreender apenas partes, porque o professor não está se expressando em Libras, mas em uma língua que não existe, uma mistura das duas línguas. Na escola de surdos, ou na classe de surdos incluída em uma escola regular, que trabalhe uma efetiva educação bilíngüe, o aluno surdo pode construir sua auto-estima dentro de um grupo de usuários da mesma língua, não se sentirá inferior e inadequado por ser a cada momento confrontado com o colega que capta rapidamente todos os estímulos sonoros, enquanto ele precisa se esforçar para mais adivinhar do que compreender. Terá pleno acesso aos conteúdos e exercerá seu direito a uma educação de qualidade. Na opção bilíngüe as duas línguas são utilizadas separadamente, a língua de sinais é a língua natural do surdo, ela serve de suporte a todas as suas aprendizagens; a língua oral é ensinada separadamente, em sua forma escrita como segunda língua, importante para a inclusão do surdo em todas as esferas da vida de sua pátria.