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Escrita de Sinais I

A principal dificuldade dos surdos, quando escrevem uma língua oral não é o léxico e sim a sintaxe. Como é pela sintaxe que a língua se define, pois a função geradora está contida no campo sintático, a dificuldade em adquirir a sintaxe da língua falada é o que acontece de mais grave na escrita do surdo, o que faz com que seus textos sejam muitas vezes incompreensíveis.
A relação do surdo com a língua de sinais é a mesma do ouvinte com a língua materna, ele não tem consciência das estruturas gramaticais de sua língua, mas as usa corretamente e adquire fluência sem esforço. Para aprender uma língua estrangeira o aprendiz ouvinte só alcança o resultado positivo depois de um estudo árduo e demorado. Já o surdo acresce à dificuldade natural de aprender uma língua estrangeira, o fato de não ter o mapeamento oferecido pela fala e o fato, ainda mais relevante, de não possuir, em grande parte das vezes, uma língua de sinais consistente.
A criança transfere para sua nova língua o sistema de significados que já possui na sua própria língua e quando ela aprende a ver sua língua como um sistema específico entre muitos, passa a conceber seus fenômenos dentro de categorias mais gerais e isso leva à consciência das operações lingüísticas.
Os seres humanos precisam de comida para sobreviver, assim como precisam da linguagem para se comunicar uns com os outros. Num determinado momento da história essa forma de comunicação passa a ser objeto de reflexão e estudo. É o que aconteceu com as línguas orais que têm uma forma escrita.