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Escrita de Sinais I






Quarenta anos após as primeiras propostas de reabilitação das línguas de sinais, nós pensamos, que uma escrita da língua de sinais, pode ampliar as possibilidades de estudos aplicados às línguas de sinais e o acesso á cultura escrita da população surda e criar nas escolas e classes de surdos um espaço condizente com sua importância para a língua de sinais. Nesse contexto, a incorporação da aprendizagem de uma escrita da língua de sinais ao currículo da educação dos surdos, pode fazer a diferença, entre propostas apenas superficiais e mudanças estruturais realmente eficazes para sua educação .
No século XIX, Bébian (1817) escreveu que, em seus numerosos trabalhos havia traçado um caminho para a educação dos surdos e que, outro, mais hábil, ou mais bem assessorado, encontraria o fim desse caminho. Sua posição era equilibrada, realista e moderna. Ele não pode ser reduzido apenas a um defensor dos sinais, era sim, partidário de uma educação que começando pelos sinais, pois dizia, essa é a única maneira de comunicação com uma criança surda, chegaria à maioridade com o surdo possuidor de duas línguas: a língua de sinais, inclusive escrita, e a língua de seu país, esta somente na sua forma escrita. Bébian predisse, mas foi necessário chegarmos aos anos 60 para que os trabalhos do americano William Stokoe retomassem o caminho esboçado por ele.