O raciocínio de Crain e McKee era o seguinte. Se as crianças sabem tal restrição, elas não interpretarão o pronome e o nome Smurf como sendo co-referentes na sentença acima, uma vez que isso a violaria. A única interpretação possível para essa sentença para o adulto tem o pronome como referindo a um outro indivíduo que não Smurf. Gargamel, sendo o outro personagem da história, é o referente mais acessível. Se o pronome se referir a Gargamel, a sentença é falsa, porque, de acordo com a história contada, Gargamel não comeu o hambúrguer, apenas o Smurf comeu. Portanto, na interpretação do adulto, a sentença é falsa. Se a criança disser que a sentença é verdadeira, saberemos que ela atribuiu ao pronome a interpretação de Smurf, violando a restrição em questão. No estudo de Crain e McKee, as crianças deram o pneu para o fantoche (ou seja, corretamente rejeitaram a sentença acima) 88% das vezes. Isto indica que elas sabem da restrição. Por outro ladona sentença abaixo, o pronome e o nome “moranguinho” podem ser co-referentes para o adulto, apesar de o pronome anteceder o nome. Esses casos são corretamente aceitos pelas crianças 73% das vezes. Uma das grandes vantagens deste tipo de método é que a tarefa da criança é bastante simples, tendo apenas que alimentar o fantoche com o chocolate ou o pedaço de pneu. Por isso, esse método pode ser usado com crianças bem novas, a partir de 3 anos de idade. Além disso, pode-se testar estruturas complexas que podem não aparecer facilmente na produção espontânea das crianças, como é o caso de “backward anphora” acima testada por Crain e McKee.