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Aquisição da Língua de Sinais
Que relações estabelecem os participantes de um curso de LIBRAS para ouvintes, ministrado por um professor surdo, com a Língua Portuguesa e a LIBRAS, com as culturas e identidades ouvintes e surdas?

a) Quais são as atitudes dos participantes ouvintes nesse enquadre diferente de uso
de linguagem, ou seja, em um uso espaço-visual de linguagem?
b) Qual a relação dos ouvintes com a LIBRAS e a(s) cultura(s) surda(s)?
c) Aprender LIBRAS é igual a aprender uma outra língua?
d) Como os alunos se vêem e vêem o professor surdo?
e) Como o professor surdo se vê e vê os alunos?
f) Como o professor surdo vê sua língua e manifesta a sua(s) cultura(s)?
g) Em que momentos as ações (dizeres e fazeres) do professor surdo e dos alunos ouvintes refletem as “vozes” surdas e ouvintes?

Uma das questões que a autora aborda está relacionada ao processo de desconstrução da identidade da deficiência, manifestado na voz de alguns alunos ouvintes, e sobre o deslocamento pelo qual a maioria dos indivíduos ouvintes tem que passar para poderem ver o surdo a partir da perspectiva da diversidade lingüística e cultural. A maioria dos ouvintes tem uma visão da surdez pautada no oralismo, que localiza o surdo em dimensões clínicas e terapêuticas da “cura”, da “reeducação” e da “normalização”, ao utilizarem os termos “surdo-mudo”, “mudo”, “deficiente-auditivo”. A representação que o ouvinte faz do surdo é, muitas vezes, ancorada na visão do déficit, na falta da audição. É necessário certo tempo para desconstruir essa visão da deficiência que está vinculada aos termos descritos acima para nomear os surdos, e reconhecer a dimensão política da surdez que o uso do termo “surdo”, apropriadamente, conota.