top
Aquisição da Língua de Sinais
As correlações apontadas revelam alguns padrões interessantes com relação ao desenvolvimento de certas habilidades espaciais da ASL, que são fundamentais no discurso narrativo. Porém, conforme mencionado pelos autores, não é possível fazer generalizações, devido ao pequeno número de sujeitos participantes (dezoito, ao total). O próximo passo da pesquisa é rastrear as mesmas variáveis em estágios mais avançados da aquisição da L2, para ser possível obter uma visão mais clara a respeito do ritmo e da ordem de desenvolvimento das habilidades e também a respeito das relações entre as diferentes habilidades. No entanto, foi verificado que embora as habilidades lingüísticas espaciais abordadas neste estudo não tenham equivalentes na modalidade falada, os gestos que acompanham a fala podem revelar habilidades espaciais-visuais pré-existentes, que podem facilitar ou prenunciar o desenvolvimento de algumas habilidades espaciais na ASL.

Para finalizar, apresentamos alguns dados de Gesser (2006) sobre a aquisição da língua de sinais brasileira como L2, por alunos ouvintes de cursos de iniciação à Libras. A autora, em sua tese de doutorado, investiga contextos em que um professor surdo, sinalizante da língua de sinais, ensina sua língua para alunos ouvintes (muitos professores e familiares de surdos) oferecendo subsídios não somente para entendermos como as relações dinâmicas das culturas e identidades são construídas no uso de linguagem na própria interação social, mas também para sistematizar questões relacionadas a um tipo de bilingüismo para os ouvintes. O objetivo delineado por Gesser é procurar entender como se dá a relação entre a LIBRAS e o português, e como são estabelecidas, projetadas, e co-construídas as culturas e as identidades dos participantes na interação face a face no e através do uso de linguagem. A autora aponta uma pergunta norteadora e outras sub-perguntas como ponto de partida para seu trabalho. São elas: