Quadros e Lillo-Martin (2005) e Quadros (2006) investigam as categorias relacionadas à ordem das palavras na frase e às classes verbais da LSB com base no quadro teórico da Teoria de Princípios e Parâmetros (Chomsky 1981, Chomsky e Lasnik 1993) em direção ao minimalismo (Chomsky, 1995). A criança em fase inicial de aquisição da linguagem apresenta evidências de possuir as categorias funcionais relevantes para a checagem de traços relacionados à flexão verbal. Os corpora na língua de sinais brasileira foram comparados com os de outras línguas já pesquisadas anteriormente, bem como, com o PB e, em especial, com a ASL.
Foram ratificados alguns pontos quanto à língua de sinais brasileira: a inexistência de infinitivos opcionais (IOs) com verbos com concordância é consistente com a generalização de que contextos com sujeitos nulos não resultam em IO; o uso correto de sujeitos e objetos nulos com verbos com concordância indica marcação correta do parâmetro; e o grande número de sujeitos nulos (vs. objetos) com verbos sem concordância indica que estes podem ser IO. Além disso, observou-se que as ocorrências de AUX na língua de sinais brasileira podem ser evidência para a restrição de checagem exclusiva de Wexler (1998).
As instâncias observadas com verbos incluem ocorrências de verbos com concordância, verbos manuais, verbos com aspecto e verbos espaciais. A ordem VO é flexível quando certos tipos de morfologia verbal estão presentes no padrão adulto, portanto, as crianças estão produzindo as diferentes ordenações correspondentes ao padrão adulto. Isso significa que a criança já reanalisou a diferença entre as categorias verbais. Diante dos dados do LÉO e da ANA, parece que a língua de sinais brasileira é consistente com a generalização interlingüística de que o parâmetro da ordenação na sentença é fixado muito cedo (por volta dos 24 meses).