Além desses autores, Berk (2003) realizou a transcrição de Jill observando a aquisição da concordância em 6 sessões de 24 - 60 meses e observou a inexistência de erros de concordância. Conforme figura 2.
Assim surgem as seguintes questões quanto aos dados encontrados na aquisição das línguas de sinais:
Por que Quadros et al. e Berk quase não encontraram erros de concordância verbal (omissão ou erros), enquanto outros pesquisadores encontraram outros resultados? Há diferenças na classificação dos verbos ou contextos para a concordância obrigatória?
Além desses pontos a serem considerados, precisamos também levantar questões de ordem teórica. Crianças adquirindo algumas línguas (e.g. inglês) apresentam ‘erros’ de omissão da concordância verbal por um período mais prolongado, por outro lado, crianças adquirindo outras línguas (e.g. italiano) produzem menos erros. Essas diferenças podem estar relacionadas com as variações entre os sistemas morfológicos das línguas. Nesse sentido, alguns propõem que as crianças adquirindo uma língua como o italiano apresentam um processo mais rápido para atingir a morfologia do sistema verbal, porque o adquirem como um sistema de regras. Por outro lado, outros autores têm proposto que a baixa freqüência de certas formas (e.g. plural) indica a aquisição parte por parte dos fenômenos lingüísticos mesmo quando há poucos erros produzidos. Assim, as formas flexionadas adquiridas são resultados de um processo de aquisição parte por parte ou de um processo de aquisição de um sistema de regras? Como os dados das línguas de sinais podem contribuir para esta discussão?