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Aquisição da Língua de Sinais
Mesmo que a concordância pareça ser gestual, a integração desse uso gestual com os verbos é determinada lingüisticamente. A direcionalidade, portanto, é uma manifestação do sistema de concordância.

Considerando a aquisição em crianças surdas, filhas de pais surdos, apesar do uso do espaço para o estabelecimento da concordância parecer icônico, os estudos indicam que há diferenças entre a concordância verbal e um mapeamento icônico das relações.

Meier analisa duas hipóteses partindo de um modelo com base na iconicidade:

(1) Se o uso de concordância é mimético, então as crianças deveriam utilizar a concordância mais cedo em verbos como GIVE do que verbos que não se constituem com essa base mimética, como, por exemplo, com ASK. As crianças também teriam mais facilidade de adquirir as formas singulares de segunda e terceira pessoas (que parecem mais óbvias ainda).
(2) Se o uso de concordância faz parte de uma analogia espacial, as crianças deveriam usar a concordância com os verbos de movimento e transferência. Neste caso, as crianças não deveriam apresentar formas agramaticais.


Além dessas duas hipóteses, Meier também considera uma terceira com base num modelo morfológico: a aquisição da concordância verbal acontece relativamente tarde, consistente com as características tipológicas da concordância e as crianças devem privilegiar o uso da concordância singular por ser mais simples. As crianças irão omitir a concordância.