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Sociolinguistica_L8B8
Obviamente, do ponto de vista da sociolingüística, não existe um estágio melhor ou pior de uma língua, desde que ela esteja sendo usada energeticamente por uma comunidade de usuários, servindo todas as suas necessidades comunicativas e expressivas. Para o lingüista, o único estado ruim para uma língua é quando ela começa a perder falantes nativos e entra em processo de extinção.
Mas não somos todos lingüistas. Para muita gente, a língua é mais um símbolo do que uma ferramenta de sociabilidade. Aí, nasce o purismo. Se a língua é um símbolo de uma nação, ou de um povo, é fácil perder de vista a sua natureza dinâmica e pragmática. Ela começa a ser tratada como uma virgem que necessita da nossa proteção!
No Brasil, o caso mais recente de purismo lingüístico é o do projeto de lei do Aldo Rebelo, político do Partido Comunista do Brasil, deputado federal por São Paulo. Seu Projeto de Lei n° 1676-D, de1999 “dispõe sobre a promoção, a proteção, a defesa e o uso da língua portuguesa” (Saiba mais sobre o projeto de lei) De acordo com esse projeto de lei, o uso do estrangeirismo poderá ser punido. Esse projeto de lei tem como inspiração uma lei francesa contra o uso de estrangeirismos no francês. Aqui estão algumas questões para pensar: O que é melhor para a língua, para o povo, e para o país: uma política restritiva de "proteção" à língua, ou uma política de não-intervenção, como nos países de língua inglesa? Quem é o dono da língua, e quem deve determinar quais palavras podem ser usadas e quais não devem ser usadas?