Então vimos que algumas línguas crescem a custo de outras. As pessoas, numa região em que duas ou mais línguas são usadas, muitas vezes acabam optando pela língua que tem mais prestígio, que é usada pelo poder, e que pode trazer mais benefícios. Quando deixam de usar uma língua, e quando os últimos falantes daquela língua morrem, a língua também morre. Se a língua é escrita, ainda podemos saber algo sobre ela, mas a maioria das línguas não tem escrita e, quando morrem, desaparecem para sempre. A morte de línguas continua acontecendo. Alguns lingüistas estimam que, nos próximos 50 anos, 50% das línguas que existem hoje – 3500 dos quase 7000 línguas – vão morrer. O Ethnologue lista 516 línguas no mundo já quase extintas. A maioria delas tem menos de 50 falantes. Veja a lista de línguas quase extintas para ver o número de pessoas que ainda falam essas línguas. Repare quantas línguas brasileiras estão nessa lista (Veja a lista de línguas quase extintas). Lingüistas no Brasil incluem até mais línguas brasileiras ameaçadas de morte . As línguas de sinais do mundo não são exceções. Um artigo recente traz estatísticas que mostram que a população de surdos natos na Austrália está diminuindo. (Veja referência bibliográfica) Com o controle genético, com o melhor controle da rubéola, com o implante coclear e com a política da inclusão, entre outros fatores, a comunidade surda australiana pode diminuir a ponto de ser difícil manter a língua de sinais australiana, dentro de algumas décadas.
(Veja referência bibliográfica) Trevor Johnston, Wither the deaf community: Population, genetics, and the future of Australian Sign Language, Sign Language Studies, v. 6, n. 2, 2006.