Quanto aos constituintes comprar e compra (exemplos 48 e 49, respectivamente), o importante aqui é notar que os dois elementos figuram como núcleos, e não são substancialmente diferentes; ambos exigem, pelo menos, um argumento que indique o objeto comprado (um carro). Já na semana passada, por sua vez, não faz parte da estrutura argumental do verbo, nem do nome. A falta desse constituinte não torna a sentença agramatical, como em (50).
(50) João comprou um carro
Entretanto, a falta de um dos dois argumentos selecionados pelo verbo, como em (51), torna a sentença agramatical/impossível.
(51) a *João comprou. b *Comprou um carro
Vale lembrar aqui que (51) só seria possível se os argumentos um carro e João estivessem implícitos. Considere agora os exemplos em (52), abaixo:
(52) a. João deu um carro para sua namorada b. O carro chegou