Na sentença (52a), o predicado dar precisa de três argumentos para se combinar com ele, representados aqui pelos participantes: um carro, sua namorada e João. O que significa dizer que é um verbo de três lugares. A falta de qualquer um dos três argumentos torna a sentença agramatical. Já em (52b), o predicado chegar impõe a necessidade apenas de um argumento, o carro, por isso é considerado um verbo de um lugar. Mas, novamente, a falta desse único argumento também torna a sentença agramatical. Enfim, nas cenas apresentadas nos exemplos (48) e (52), os verbos comprar, dar e chegar vão ser considerados núcleos (também denominados predicados), já que esses termos são responsáveis por todas as exigências impostas aos argumentos das sentenças. São eles que vão impor o número de argumentos (dois, três ou um, respectivamente) a ser selecionado. Os argumentos selecionados por um verbo de dois argumentos como comprar são de duas naturezas: externos e internos. Há pelo menos duas grandes relações que precisam ser construídas com esses tipos de verbos: (i) a relação que se estabelece entre o núcleo e seu complemento, formando o sintagma verbal (SV); (ii) a relação que se estabelece entre o SV e o argumento externo, completando a pequena cena (ou a sentença).
Nesse momento vocês poderiam nos fazer as seguintes perguntas: • Como os argumentos de comprar se juntam ao verbo? • Será que o fazem ao mesmo tempo?
número de argumentos Verbos de dois lugares também são conhecidos como verbos transitivos/biargumentais, verbos de três lugares são conhecidos como verbos bitransitivos/triargumentais e verbos de um lugar, como verbos monoargumentais.