O português é uma língua em que os sintagmas nominais não são marcados morfologicamente por Caso (a marcação é abstrata). Entretanto, resíduos de marcas casuais podem ser observados no sistema dos pronomes pessoais: eu é a forma do Caso nominativo, me é a forma do Caso acusativo e mim a forma do Caso oblíquo, como podemos observar nas sentenças em (47).
(47) a. Eu vi a Maria b. A Maria me viu c. A Maria deu um livro para mim
O fato de os pronomes ainda manifestarem Caso explícito, pode servir como evidência de que existe marcação de caso no português. Pois bem. Você deve ter observado que até agora mostramos, de maneira bem sucinta, como se constroem as representações das sentenças em árvores nos níveis EP e ES, utilizando a teoria X-barra. Mostramos também a relação dos núcleos lexicais e funcionais com os constituintes que ocupam a posição de complemento e de especificador para a composição da estrutura interna das sentenças. Você achou essa discussão muito abstrata? Não se preocupe, vamos discutir a seguir as imposições sintáticas dos predicados para a boa formação de uma sentença, como se fossem “pequenas cenas” com exemplos do português.