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Sintaxe L08/B08






Vejamos agora o esquema arbóreo relacionado aos núcleos funcionais. Da mesma forma que os núcleos lexicais, os funcionais encabeçam constituintes, mas têm função eminentemente gramatical. Como o esquema X-barra se aplica a qualquer constituinte lexical ou funcional, I, nesse caso deve ser o núcleo do constituinte IP, representado no exemplo (42), com um complemento e uma posição de especificador.
Vejamos agora como ficaria a representação arbórea de uma sentença com tempo (isto é com flexão) como em [João comprou um carro]. Esta sentença agora está representada em Estrutura Superficial (ES), com uma projeção de VP e uma de IP. Veja exemplo (43) .
Como podemos observar em (43), os movimentos estão representados da seguinte forma: o constituinte movido ganha um índice (subscrito), como em [João i] e [comprou j], e no lugar do elemento movido vai aparecer um vestígio (t), do inglês trace, com o mesmo índice do elemento movido: ti e tj, respectivamente. De modo geral, podemos dizer que o argumento externo João se alçou para a posição de especificador do núcleo funcional (IP) para requisitos de Caso nominativo. E o argumento interno um carro, ou o objeto, permanece na posição de complemento. Na verdade, o que se conhece como sujeito e como objeto é resultado de uma configuração estrutural, de forma que, nessa relação, objeto direto é o constituinte que ocupa a posição de complemento do verbo e sujeito é o constituinte que ocupa a posição de especificador de IP.