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Semântica e Pragmática
Saber categorizar as relações estabelecidas por verbos ou preposições, e saber categorizar os referentes dos nomes (ou substantivos) significa saber o significado dos verbos, preposições e nomes. Essa idéia é compatível com a idéia de Saussure que vocês viram no curso de Introdução aos Estudos Lingüísticos, segundo a qual a língua é um princípio de classificação. Certamente, a língua é o instrumento mais poderoso que os seres humanos têm para fazer categorizações; ou seja, a língua é um instrumento que nos ajuda a classificar as entidades físicas e abstratas que nos rodeiam, e as relações que se estabelecem entre elas. Na próxima unidade, vamos nos deter um pouco mais na noção de categorização. Mas, antes disso, agora que já vimos o que é um conceito, vamos falar de conceitualização.
Como já vimos várias vezes, os signos lingüísticos são associações convencionais entre uma forma e um conceito. Mas, se pensarmos em toda a construção de significado que fazemos, quando dizemos ou interpretamos um enunciado , vamos ver que os conceitos que formam os signos são muito limitados. Esses conceitos são apenas instruções rudimentares para darmos início a um processo de criação de idéias ricas e elaboradas, que vão além da contribuição dada pelos conceitos.
Esse processo de construção de significado é chamado conceitualização. Para exemplificar, vamos tomar a palavra ‘pular’. Todos nós sabemos o que essa palavra significa. Todos temos um conceito do evento de pular. Mas vejam que, se o evento for o de pular corda, vamos estar diante de algumas maneiras bem específicas de pular: podemos pular corda tirando os dois pés do chão ao mesmo tempo, podemos pular corda tirando primeiro um pé, depois o outro, e podemos pular corda como os boxeadores fazem.