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Semântica e Pragmática






1.2 O que são conceitos e conceitualização

No item anterior, nós dissemos que o significado de um signo lingüístico não é um objeto no mundo ao qual o signo faz referência. O significado é uma entidade abstrata. Nós estávamos falando sobre o signo ‘mesa’. Existem milhões de mesas no mundo, cada uma diferente da outra: algumas maiores, outras menores, algumas de madeira, outras de metal, algumas redondas, outras retangulares. Se o signo ‘mesa’ associasse uma pronúncia a uma mesa específica, nós teríamos que dizer que o signo ‘mesa’ tem um significado diferente para cada objeto mesa que existe no mundo. Não é isso o que acontece. Nós todos temos, em nossas mentes, uma ‘idéia’ de mesa, uma abstração que nos faz saber o que é uma mesa, e que nos ajuda a reconhecer uma mesa quando estamos diante de uma, não importa qual seja sua forma, o material de que é feito, seu tamanho, ou qualquer outra peculiaridade que ela tenha. Essa ‘idéia’ que temos de mesa é o conceito de mesa.
Muita gente tende a achar que um conceito corresponde a uma imagem pictórica mental. Mas essa idéia é errada. Primeiro, porque um grande número de signos de uma língua designa coisas que não são fácil ou diretamente imaginadas pictoricamente. Qual seria a imagem pictórica de um signo como ‘ar’, por exemplo? Ou ‘ternura’? Ou ‘amizade’? E qual seria a imagem pictórica de conceitos associados a adjetivos como ‘honesto’, ‘seguro’, ‘bom’. E dos conceitos associados a verbos como ‘ser’, ‘estar’ ou ‘ter’? E dos conceitos associados a preposições como ‘de’, ‘por’, ‘com’?
Além disso, mesmo quando estamos tratando de objetos concretos, a imagem mental que fazemos dele acaba sendo ou muito específica ou muito genérica. Vamos fazer uma imagem mental de um pássaro, por exemplo.