Todas essas maneiras de pular são muito diferentes das maneiras que temos de pular um muro. Se o muro for baixo, podemos pulá-lo passando uma de nossas pernas por cima do muro, enquanto o outro pé fica apoiado no chão. Ou podemos correr para tomar impulso, e pular o muro como em uma corrida de obstáculos. Podemos, ainda, dar um impulso, segurar o topo do muro com as duas mãos, elevar nosso corpo até o topo, e depois pular para o outro lado. De um jeito ou de outro, quando pulamos um muro, normalmente evitamos pular de cabeça, não é? Se pularmos de cabeça, corremos o risco de nos machucar seriamente! Entretanto, se o que houver na nossa frente não for um muro, mas uma piscina, podemos pular de cabeça, se quisermos. Vejam, então, que embora a palavra ‘pular’ tenha um significado, ele é apenas parcialmente responsável pela conceitualização que fazemos a partir dele. Como dito acima, os signos lingüísticos trazem apenas instruções gerais para darmos início a um processo de construção de significação, que tem como base fundamental aquilo que se chama conhecimento enciclopédico. O conhecimento enciclopédico que cada um de nós tem é resultado de nossas experiências de vida. É porque pulamos corda em nossa infância, ou vimos outras crianças pulando corda, que sabemos que existem diferentes maneiras de pular corda, e que pular corda é diferente de pular um muro, ou de pular em uma piscina. Para construir conceitualizações a partir da expressão ‘pular’, usamos todo esse conhecimento. A expressão ‘pular’ ela mesma serve apenas para disparar esse processo de conceitualização. Na Unidade 4, vamos aprender um pouco mais a respeito do conhecimento enciclopédico que temos e que é fundamental para a construção do significado. Mas antes, vamos estudar mais sobre a categorização.