Mas se a noção de produtividade é tão complicada por que ela deve ser parte da teoria? A resposta é porque esta é uma noção crucial para mostrarmos que a derivação não é o que os estruturalistas pensavam: um processo sem pauta sistemática, incoerente, opcional. A derivação tem regularidade e alguma sistematicidade sim! Procurando explicitar quais são os princípios que regem a competência do falante nativo para discernir estruturas que são ou não possíveis em sua língua, a teoria gerativa fala de regras – você certamente percebeu que agora os prefixos e sufixos da língua são vistos como regras que se aplicam a este ou aquele conjunto de bases.
5. bloqueio: é a maneira de descrever a impossibilidade de aplicação de regras morfológicas. Há certas impossibilidades que se explicam imediatamente: não é possível criarmos a palavra *cadeirador porque cadeira é um substantivo e a regra responsável por essa formação, a RFP -(d)or, exige que a base seja um verbo (conhecer – conhecedor). A este fenômeno Rocha (1999) chama de transgressão afixal.