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Morfologia
Unidade 6 - O QUE É DERIVAÇÃO?


Na disciplina Introdução aos Estudos Lingüísticos você tomou contato com certos exemplos de derivação, você se lembra? Ali as coisas ficaram um pouco vagas, porque elas foram ditas só pra despertar a sua curiosidade para tudo o que você vai aprender nos estudos lingüísticos... Vamos ver agora o que exatamente esses exemplos significam no funcionamento da língua.
Na unidade 03 vimos como Mattoso Camara Jr. distingue a derivação da flexão; para ele, ao contrário da flexão, a derivação é um processo morfológico que não é regular nem obrigatório, não tem pauta sistemática (isto é, um paradigma de formas) e não desencadeia concordância, isto é, não tem conseqüências sintáticas. Vimos que, destes critérios, o mais confiável para identificar a flexão é o da concordância, isto é, o de ter conseqüências sintáticas, ao lado de ter um paradigma de formas, certo?
Além dessas, há uma outra diferença que se faz normalmente entre flexão e derivação, já apontada na disciplina de Introdução aos Estudos Lingüísticos: os processos derivacionais criam novas palavras, mas os processos flexionais apenas indicam relações gramaticais, adequando a forma de uma palavra ao contexto sintático; assim, enquanto cajueiro é uma palavra nova, cajus é só uma adequação da palavra caju ao contexto sintático "plural". Você acha que isso ficou claro para o marciano? Pode ser que o marciano não entenda bem esse conceito de palavra nova – bom, ele está aprendendo a língua, todas as palavras são novas para ele! Mas depois que ele aprender, todas vão ser velhas, né? Então a gente tem que ter um modo de explicar direitinho pra ele o que queremos dizer com "palavra nova".