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Morfologia
É importante salientar também que essas formas não se distribuem aleatoriamente: quando o falante quer dizer, por exemplo, que uma amiga dele, em um momento preciso do passado, executou a ação de cantar, a forma que o falante deve usar é "ela cantou". O falante não pode usar nem "elas cantaram" se se trata de uma amiga só, nem "ela cantava", se se trata de um momento preciso do passado em que esta atividade começou e acabou. E nem há outra maneira de o falante expressar o mesmo significado a não ser usando essas formas.
Na derivação não é possível estabelecer paradigmas. Existem, é verdade, vários sufixos que, por exemplo, fazem nomes a partir de verbos: -ção (de destruir faz destruição), -mento (de envolver faz envolvimento), -ança (de lembrar faz lembrança), -ura (de pintar faz pintura), etc. Mas não existe nenhum modo de prever quando vai ser usado um certo sufixo – aparentemente, não existe nenhuma construção sintática ou situação discursiva que exija um sufixo ou outro; e também não é possível dizer que, dado um certo verbo com alguma propriedade morfológica específica (os verbos terminados em –ar, por exemplo), o substantivo dele derivado deverá usar um (ou um grupo) desses sufixos.