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Morfologia
Uma segunda propriedade que só os morfemas flexionais têm e que por isso muitos morfólogos consideram como a propriedade distintiva da flexão diz respeito à concordância, presente no exemplo que demos acima: se o sujeito da sentença é um grupo nominal plural que não inclui nem o falante nem o ouvinte, correspondente à forma pronominal da última linha do paradigma em (2), eles/elas, então devemos escolher para o verbo desta frase uma forma que figure também nesta linha.
O reino nominal também exibe o mesmo fenômeno: se escolhemos colocar na frase a palavra livros, no plural, somos obrigados a colocar também no plural qualquer termo determinante que o acompanhe (artigo, pronome possessivo ou adjetivos). Assim teremos sempre, em português padrão, grupos nominais como os exemplificados em (3)
Você está convencido agora de que é preciso distinguir flexão de derivação? Uma boa parte dos morfólogos está sim, ainda que existam aqueles que não estão completamente convencidos, porque, como vamos ver daqui a pouco, nem sempre é tão fácil traçar a linha que separa um processo do outro. Para aprofundar seu conhecimento, você pode recorrer à leitura adicional . Apesar de tanto a derivação quanto a flexão utilizarem mofemas que se acoplam ao final da palavra, damos um nome especial para os mofemas flexionais: eles são chamados de desinências, e é a estes elementos que vamos nos dedicar nas próximas unidades.