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Morfologia
Na disciplina de Introdução aos Estudos Lingüísticos você viu que os morfemas do português podem se afixar no início da palavra, caso em que são chamados de prefixos, como em infeliz, analisada como in+feliz; mas também podem se afixar no final dela, quando falamos de sufixos, como em felizmente, analisada como feliz+mente. A gramática tradicional dá as seguintes definições .
Você viu também naquela disciplina que os sufixos (mas não os prefixos!) podem ser de dois tipos: flexionais e derivacionais . Talvez a diferença entre eles não tenha ficado muito clara para você, porque aquela disciplina só queria dar uma visão geral do que as diferentes áreas de estudo da lingüística fazem, não detalhar cada uma delas. Lá se disse apenas que os morfemas derivacionais criam novas palavras e que os morfemas flexionais indicam relações gramaticais. Mas o que isso quer dizer exatamente?
A distinção entre flexão e derivação como operações morfológicas distintas é parte da tradição dos estudos gramaticais. Já na gramática latina de Varrão (que viveu de 116 aC a 26 aC!) esta distinção aparece, segundo Camara Jr. (1970), respectivamente sob o rótulo de derivatio naturalis (responsável por indicar modalidades específicas de uma palavra) e derivatio voluntaris (responsável pela criação de novas palavras).