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Leitura e Produção deTextos
Por fim, o exemplo (3) apresenta uma grande sentença que é gramaticalmente perfeita, mas não faz nenhum sentido aparente em seu conjunto. É difícil pensar, também nesse caso, qual seria o valor comunicativo dessa seqüência lingüística.

Uma conclusão mais rápida, então, seria a de dizer que apenas (1) poderia ser considerado um texto, mas não (2) e (3). Na verdade, contudo, é muito difícil encontrarmos exemplos de não-texto na vida real. Sempre que alguma pessoa usa a língua, ela o faz para estabelecer algum tipo de comunicação com seu interlocutor. Assim, é fácil inventar um não-texto a titulo de exemplificação, mas no dia-a-dia dificilmente nos deparamos com essa situação.

O que nos deparamos muito em nosso dia-a-dia são outras situações. Na primeira, encontramos textos que não foram adequadamente produzidos dentro de suas convenções e objetivos. Pensando nesse caso, poderíamos imaginar que o exemplo em (2) foi tirado de uma redação de vestibular de um aluno surdo. O texto teria convenções e objetivos que tanto o produtor (vestibulando) quanto o receptor (examinador) estão cientes, mas o texto não foi bem produzido. Há uma ausência quase total de gramática. O examinador até poderia imaginar as relações entre as palavras, tais como ?O homem morrerá por causa da poluição das águas?, mas ele nunca vai ter certeza se essa realmente foi a intenção do aluno ao escrever o texto. Isso pode comprometer seriamente a comunicação. Em casos como esse, a seqüência lingüística certamente será vista como um texto, isto é, como uma seqüência que tem algo a comunicar, porém a má qualidade do texto poderá comprometer a qualidade da comunicação.