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Leitura e Produção deTextos
Na outra situação que nos deparamos em nosso dia-a-dia, podemos encontrar um texto com convenções e objetivos que nós não conhecemos. Assim, a passagem poderá não fazer nenhum sentido para nós, mas ela certamente fará sentido para o público que compartilha as convenções e os objetivos daquele texto em particular. Por exemplo, o texto em (3) é um trecho de um poema de Tristan Tzara, um dos idealizadores do movimento dadaísta. Esse movimento tinha um caráter absolutamente niilista, isto é, de aniquilar com todas as regras, padrões e normas de boa qualidade, de bom comportamento, de boa moral.

Contextualizado nas discussões das vanguardas literárias da modernidade, o texto (3) pode ser significativo para algumas pessoas familiarizadas com tais discussões. Contudo, para alguém que não compartilha as suas convenções (mesmo que a convenção seja a falta de convenção!) e os seus objetivos, a comunicação ficará comprometida.

Esses três exemplos servem para começarmos a refletir mais profundamente sobre a diferença entre uma seqüência lingüística e um texto. Vimos que, na vida real, é muito difícil nos depararmos com seqüências lingüísticas que não sejam textos. Todo uso da língua envolve a intenção de realizar algum tipo de comunicação. Contudo, o sucesso da comunicação irá depender de vários os fatores que interagem de maneiras complexas. Passemos, então, ao estudo desses fatores, para que possamos fazer uma reflexão mais aprofundada sobre a natureza dos textos.