Vimos pela discussão desta Unidade que os sete fatores da textualidade (coesão, coerência, intencionalidade e aceitabilidade, grau de informação, situação e intertextualidade) não podem ser avaliados isoladamente. Quando nos deparamos com uma dada seqüência lingüística, ela será ou não bem sucedida em nos comunicar algo, dependendo de como todos esses fatores interagirem entre si. Por causa disso, é muito difícil oferecer uma definição objetiva de texto, sem considerar como todos esses fatores estão interagindo numa seqüência lingüística específica. Em geral, não é a oposição ?texto vs. não-texto? que irá nos interessar, mas sim a adequação de um texto às circunstâncias de sua produção, principalmente com base em dois princípios reguladores: eficiência e eficácia.
Um texto eficiente é aquele que consegue o seu objetivo usando o mínimo de recursos possíveis. Já com relação ao segundo princípio, um texto é eficaz quando ele causa uma forte impressão no receptor, criando boas condições para alcançar seus objetivos. Em determinados momentos, esses dois princípios são compatíveis. É o caso, por exemplo, da placa de trânsito discutida em 1.4, ou do diálogo do casal de jornalistas discutido em 1.8. Nesses dois casos, os produtores do texto utilizam um mínimo de recursos lingüísticos (são eficientes) e conseguem comunicar com sucesso aquilo que desejam aos receptores (são eficazes). A esse respeito, nós vimos inclusive que, se os produtores desses textos optassem por torná-los altamente coesos e explícitos, os dois iriam perder não apenas em eficiência, mas também em eficácia.