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Leitura e Produção deTextos






Outro sentido que extraímos do texto em (8) é a seqüência temporal dos eventos. Nós entendemos que primeiro aconteceu o evento da primeira frase (O bebê chorou) e, num segundo momento aconteceu o evento da segunda frase (A mãe pegou-o no colo). Além disso, nós entendemos que a mãe pegou o bebê no colo logo depois que o bebê começou a chorar, e não, por exemplo, horas depois. Novamente, essa informação não está no texto. Para que a informação estivesse no texto, a segunda frase deveria trazer algum elemento coesivo, como por exemplo: “O bebê chorou e, em seguida, a mãe pegou-o no colo”, explicitando a seqüencialidade temporal dos eventos. Mas mesmo sem esse recurso coesivo, nós conseguimos inferir essa relação temporal.

Essa relação temporal pode ser inferida em grande parte porque estabelecemos uma outra relação entre as frases: a relação de causalidade. Essa relação também não está definida no texto, mas isso não impede que possamos interpretar uma relação de causa/conseqüência entre os eventos da primeira frase (O bebê chorou) e da segunda frase (A mãe pegou-o no colo). Nós entendemos que a mãe pegou o bebê porque o bebê chorou. Isso torna os dois eventos relacionados causal e temporalmente. Para que a relação causal fosse dada pelo próprio texto, ele deveria ser reescrito com algum elemento coesivo como: ?O bebê chorou e, por causa disso, a mãe pegou-o no colo?. Mas mesmo sem esse conectivo de coesão, nós conseguimos estabelecer essas relações por meio de processos cognitivos de inferência . .