Uma aluna do Curso de Graduação em Letras da UFSC, Juliana Barboza Bittencourt, aplicou a descrição dessas três variáveis contextuais a uma interação entre professor e alunos em uma situação de um exame de um bebê recém-nascido. Eis aqui a interação, seguida da análise da aluna de Letras. Note que um ponto entre espaços indica uma pausa curta; um hífen, uma pausa longa; colchetes em duas linhas indicam sobreposição de fala, e parênteses, fala ininteligível. M indica a fala do(a) professor(a) (médico(a) ou enfermeiro(a) e A, a fala do(a) aluno(a). Eis o texto. Observe como Juliana, nossa aluna de Letras, descreveu a configuração contextual dessa interação, revisada por nós em algumas partes
CAMPO: Atividade social: parte de uma aula neonatal ministrada para alunos de medicina ou de enfermagem. Poderia ser uma aula para mães de primeira viagem, mas eles estão supostamente examinando vários bebês e utilizam termos técnicos. Natureza da atividade (grau de institucionalização): altamente institucionalizado. Provavelmente ocorreu dentro de uma sala de aula ou um hospital, algum tipo de instituição.
RELAÇÕES: Papel dos agentes: professor - médico(a) ou enfermeiro(a); aluno (de medicina ou enfermagem). Relações de poder: hierárquica. É a relação de hierarquia que permite a “M” fazer perguntas, dar ordens e corrigir erros, enquanto “A” explica o que ele ou ela está fazendo. Distância social: tendendo ao máximo. A pessoa com mais poder parece ser até mesmo rude algumas vezes e a outra não reclama. Esse comportamento mostra claramente como o contexto se inter-relaciona com as opções de comportamento lingüístico.